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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

PJ quer GNR e PSP fora da investigação à ETA.

http://doc.jurispro.net/thread.php?lng=pt&pg=20864&cat=1

O caso ETA está a criar tensões entre a Polícia Judiciária (PJ), que tem a competência para investigar crimes de terrorismo, e a GNR, que foi quem, na quinta-feira, descobriu a casa de Óbidos com mais de meia tonelada de explosivos.

O DN sabe que os inspectores da PJ estão pouco receptivos à presença de elementos da GNR ou da PSP nas equipas que irão investigar a existência de células em Portugal juntamente com os espanhóis. Mas tal só ficará decidido na próxima semana, quando o secretário-geral do sistema de segurança interna, Mário Mendes, se deslocar a Madrid para acertar a formação de tais equipas com o seu homólogo espanhol. No entanto, e afastado da polémica portuguesa, o director-geral da Polícia e Guarda Civil espanholas garantiu o­ntem que a operação em Óbidos permitiu "eliminar uma base logística fundamental para a organização terrorista ETA em Portugal".


A tensão entre as forças portuguesas tornou-se agora mais visível com a descoberta da casa em Óbidos. O DN soube que a PJ de Leiria foi informada por populares de uma moradia suspeita, por ter as luzes ligadas e as portas abertas há vários dias. Mas o mesmo alerta foi dado à GNR, que avançou para o terreno e começou a investigar, considerando poder haver ligação com os dois detonadores e as várias pás e picaretas que tinha encontrado três dias antes no interior de uma viatura abandonada na região e que, alegadamente, era conduzida por dois indivíduos de nacionalidade espanhola, que fugiram a uma operação Stop. Inspectores ouvidos pelo DN consideram que a GNR extravasou as suas competências, e prejudicou a investigação, ao esconder esta informação durante vários dias. [...]

Comentário de: Janus

Não me parece correcto a Polícia Judiciária tomar essa posição pois o combate ao Crime Organizado e ao Terrorismo deverá ser feito atrvés da cooperação entre os vários serviços e forças de segurança. Alás, desde o 11 de Setembro que a geoestratégia delineada vai no sentido de haver partilha de informação e cooperação e não isolamento ou atitudes individuais. Basta ler alguns textos de reputados especialistas na área e chegamos à conclusão que o segredo está na partilha global das informações.
Mais, tem-se visto que a Polícia Judiciária só tem actuado com base no trabalho prévio da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana a todos os níveis. As informações sobre quase tudo partem da PSP/GNR. Desde que a nova lei de investigação criminal veio tirar o "tapete" à Polícia Judiciária que esta pouco tem feito em vários campos dado que a PJ sempre trabalhou aquilo que a GNR/PSP já tinham trabalhado ou seja a "papinha" feita.

É altura de os dirigentes da PJ, e das outros serviços, se deixarem de "bairrismos" e perceberem que o mundo mudou, se globalizou, que tudo se alterou profundamente. Hoje não há territórios específicos, não há um inimigo definido, conhecido, a fisionomia das ameaças mudou, hoje as assimetrias não prejudicam só este ou aquele, prejudicam-nos a todos porque funcionamos em rede e é em rede que temos que trabalhar.

1 comentário:

  1. De facto, queiramos ou não, o caminho é esse, o da partilha. Tanto a PSP, GNR como a PJ tem de reflectir sobre este assunto de forma séria e em prol da segurança do País. Já lá vão os tempos em que a concorrência, entre forças ou serviços de segurança, era positiva. Hoje a informação corre à velocidade da luz, os criminosos tem aproveitado bem as novas tecnologias, as Leis, e diga-se, as divergências das polícias, para levar a bom termo os seus propósitos. Já não há lugar a falhas e por isso a responsabilidade das polícias (inclusive do SIS, porque insegurança já não é igual a actividade sindical) aumentou consideravelmente. O SSI - sistema de segurança interna, foi criado precisamente para desenvolver uma estratégia coordenada de combate ao crime. Aguarda-se uma atitude firme que transmita essa vontade e ponha de lado a ideia da promiscuidade entre o Governo e grupos de interesses existentes, ainda, em determinadas Instituições policiais.

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