No ano passado, o
comando geral da GNR abriu 14 processos a militares apanhados a fazer
part--times. E em 2012 foram instaurados outros 14 processos, mais nove
do que no ano anterior. Já em 2010, segundo dados cedidos ao i pela GNR, foram registadas nove situações, que se somaram às quatro de 2009.
O comando geral
explica que os números são "pouco expressivos", tendo em conta que se
trata de uma instituição com cerca de 23 mil militares. Porém, a
Associação dos Profissionais da Guarda (APG) acredita que estas
estatísticas estão longe de representar a realidade. "Há seguramente
muito mais casos de guardas a trabalhar por fora", garante César
Nogueira. O presidente da APG admite que "muitos" militares fazem segurança privada
e trabalham como taxistas nas horas vagas - contrariando a lei, que não
permite aos elementos das polícias desempenharem qualquer outra
profissão. No caso da GNR, os militares são mesmo obrigados a pedir
autorização ao comando geral antes de se oferecerem para serviços
humanitários, como é o caso dos bombeiros.
O presidente da APG avisa, por outro lado, que o número de militares
com profissões paralelas está a aumentar. "A crise e os cortes nos
salários só podem ter essa consequência", justifica. Desde o início
deste ano, cada militar da GNR terá perdido uma média de 150 euros no
vencimento. "E há muitos profissionais a atravessar dificuldades enormes
e que deixaram de poder pagar empréstimos da casa, despesas e
alimentação dos filhos", diz César Nogueira.
http://www.ionline.pt/artigos/portugal/gnr-abriu-processos-14-militares-fazerem-biscates
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